Violência gera violência, mas o amor quebra barreiras, muralhas.

Esses dias atrás, passei por um momento #morrideamor com meu filho Vitor.
Ocorreu uma situação na escola dele, que gostaria de compartilhar aqui no blog. Cheguei a comentar lá no face, teve bastante visualizações, curtidas e comentários, que decidi trazer aqui para o blog.

Como ensinar duas coisas tão distintas aos filhos, ser bom e não ser bobo?
Como ensinar a criança a avaliar a situação e saber agir, ou seja, em qual momento ser bom ou não ser bobo das pessoas?
A resposta é: Conversando diariamente sobre diversos assuntos e explicando porque agiu assim, ou assado... E ser o exemplo diariamente de ser bom ou não ser bobo...

Vamos a história da vida real:
Voltando da escola outro dia, Vitor me contou que o amiguinho que fica de castigo TODOS os dias, não tinha ficado de castigo na escola aquele dia (pela primeira vez o meu filho viu o amiguinho não ficar de castigo).
Fiquei super feliz e entusiasmada com a notícia, e falei que isso é uma vitória, e complementei que o amiguinho deve ter se comportado bem (dessa vez)... 

Só que para a minha surpresa, a resposta não era bem assim como eu imaginava, e vocês vão entender porque...

Que bom, respondi entusiasmada e muito feliz...
Só que logo na sequência o Vitor complementou:
- Mas esse mesmo amiguinho me empurrou na hora do lanche.
Então perguntei:
- E ai filho, o que você fez, contou para a professora?

Vitor respondeu:
- Não mamãe, desta vez eu não contei nada para a professora. Se não esse amiguinho ficaria de castigo (de novo e como sempre), e eu estava feliz que ele não tinha ficado de castigo dessa vez. A gente tem muita dó dele, não é mamãe? Porque ele fica de castigo todos os dias, e a gente fica com dó...

Fiquei com o coração partido com essa atitude de amor do meu filho Vitor, de perceber que não ficar de castigo é algo bom e positivo, de ter tido o coração bom em pensar no amiguinho, mesmo que ele mesmo não tenha tido consideração com meu filho, ou não ter se dado conta que não ficar de castigo é bom.

Eu sempre oriento meu filho a ficar longe de pessoas encrenqueiras, que empurram, brigam, que não obedecem a professora. Peço que avise a professora em caso de acidente, ou atitudes ofensivas ou físicas, que possa machucar fisicamente ou emocionalmente (bater, empurrar, xingar).

Continuando a conversa com meu filho, perguntei se ele tinha se machucado quando o amiguinho empurrou, e o Vitor disse que não, então complementei que fez bem dessa vez, não ter contado nada para a professora. Isso foi uma atitude boa, do bem, que partiu do coração e percepção do meu filho, e que jamais poderia corrigir, desfazer ou repreender essa atitude, diante da agressão que ele sofreu... O amiguinho estava errado, mas meu filho decidiu fazer algo bom por conta própria, porque percebeu que mesmo recebendo algo desagradável do amiguinho, não queria retribuir com algo que poderia prejudicar ele, porque se o Vitor contasse para a professora, NOVAMENTE ele iria ficar de castigo e chorando como sempre. Apesar do amigo merecer, meu filho quis fazer algo bom.

Com essa atitude, aos poucos, meu filho está percebendo que não podemos ser bobos, mas que também podemos fazer o bem, mesmo diante das adversidades da vida.

Se queremos colher amor, compaixão, um mundo sem violência, temos que plantar tudo isso antes, para depois colher.
Lógico que um coração de mãe aperta, diante de uma situação como essa, mas aos pouco meu filho está compreendendo as coisas e adversidades da vida.
Ele não é bobo, sempre que algo errado acontece ele avisa a professora, porque eu pedi que ele não revidasse violência com violência, mas essa atitude de compaixão pelo amiguinho, deixou meu coração transbordante, mesmo porque o meu filho disse que o empurrão não machucou ele...

Violência gera violência, mas o amor quebra barreiras, muralhas...

Sempre converse com seus filhos, mostre na prática e explique suas reais atitudes diante das adversidades da vida, que aos poucos eles irão compreendendo e aprendendo com você, com suas atitudes. (A partir dos 4 anos, as crianças começam a ter mais percepção e noção desses aprendizados da vida).
De tudo que já passei e vivi nessa vida, acredito que educar, ensinar, e mostrar como avaliar as situações diárias da vida, é um trabalho árduo, porém necessário para se formar cidadãos do bem.

8 comentários:

  1. Isso também acontece com meu filho, ele chega da escola falando de coleguinha machucou, empurrou etc e eu sempre falo pra ele falar com a professora. Isso não é ser bobo não e sim saber que tem um adulto lá responsável pra resolver e não revidar! bjo

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    1. Verdade Ci.
      Mas já vi muita gente mandar revidar, e tento sempre fugir da violência. Porque a violência muitas vezes é feita por algum motivo visto ou vivido pela própria criança, então precisamos dar amor e não mais violência, né...
      Obrigada pelo comentário.
      Bjs
      Ju

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  2. Amiga Ju, é de emocionar ver uma criança tão nova com atitude tão generosa. Você agiu certíssimo, não poderia tirar essa oportunidade do Vitor de pensar no bem e fazer o bem. Imagine amiga se você ensinasse empurrar de volta e não tivesse nem aí para que o menino pudesse perder seu dia de "não castigo", pq sei que muitos pais (des)educam assim.

    Pode ser nessa sua palavra para o Vitor e na atitude dele que acentuará para sempre seu lado humano... já o contrário!!

    Me lembro uma vez que Maria foi mordida por uma menina perto do olho. Ficou com hematomas e ela chorou. Ela estava num cercadinho de brincar junto com monitoras que não viram. Apesar de ser triste isso, acho que são coisas que acontecem quando tem muitas crianças.

    Uma terceira mãe que estava no local e viu, falou com Maria: quando alguém te morder você segura e morde também. Na hora eu corrigi. Não pode não né filha...

    Eu nunca ensinei Maria a devolver com a mesma moeda, mas como você amiga, ensinava a gritar a professora ou tirar o coleguinha dela, se fosse preciso empurrar para não ser machucada que assim o fizesse, mas nunca revidar.

    E é assim até hoje, mas eles precisam aprender a denunciar na hora certa.

    Não foi o caso desse dia do Vitor.. A atitude dele foi muito louvável e apenas exemplo do amor e educação que ele carrega em casa!

    Beijos...

    Tê e Maria ♥

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    1. Ai amiga, obrigada pelo carinho, pelo comentário.
      A maternidade nos faz tentar viver da melhor maneira possível, porque somos o exemplo diariamente...
      Nos faz nos corrigir e sempre melhorar, porque temos uma vidinha para guiar...
      Sempre tento guiar meu filho pelos exemplos positivos e pelo amor ao próximo e é maravilhoso ver as sementinhas dando vida...
      Fico feliz, porque a educação é uma arte contínua e diária.... E nada fácil também...rs
      Mil beijos para vc e Maria.
      Ju

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  3. Juliana isso é reflexo do que vc ensina e do que ele vivencia em casa!!
    Parabéns pela boa educação!!
    Nesse mundo violento temos mesmo que disseminar o amor!!
    Ótima postagem!

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    1. Obrigada Aline, pelo comentário.
      Educação é uma arte contínua, que não é fácil, mas precisamos dar o nosso melhor.
      E plantar o amor, é um ingrediente que tento acrescentar diariamente, nessa arte de educar...
      Beijos
      Ju

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  4. Amiga que atitude linda do Vitinho e isso é reflexo da educação que vc tem dado, todas as conversas, orientações agora colhendo resultados.
    Eu nunca ensine Joseph a revidar... sempre achei feio e desnecessário.
    Lembro que Joseph chegava mordido e arranhado, mas sem nunca revidar, mas hj em dia ele está mais agitado... e sim, tem ficado de castigo. Conversamos, falamos, explicamos que não pode e que é feio, ele sabe disso, mas ainda faz.
    Estamos trabalhando nisso junto com os professores, tenho certeza q é fase e logo passa... bjs

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    1. Sim amiga, tudo é fase e sempre busco sabedoria em Deus, para me ajudar a orientar meu filho...
      Educar é uma arte constante, né...
      Beijos,
      Ju

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