Meu Pé de Laranja Lima - telenovela (1998). O que podemos aprender com o garoto Zezé?

Meu Pé de Laranja Lima é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Bandeirantes.
Escrita por Ana Maria Moretzsohn e dirigida por Del Rangel e Giuseppe Oristânio, é a terceira e última versão do romance hormônimo de José Mauro de Vasconcellos para a televisão.

Teve seu primeiro capítulo exibido em 7 de dezembro de 1998, encerrando-se em 2 de abril de 1999 em 101 capítulos.


Obra baseada do livro de José Mauro de Vasconcellos, que em sua primeira foi adaptada por Ivani Ribeiro, na segunda versão usaram o texto original e nesta versão a terceira foi um remake da novela original adaptado por Ana Maria Moretzsohn.
Nesta versão realizada em 1998, a história do garoto Zezé não teve o mesmo sucesso das duas versões anteriores.

Zezé é um menino pobre de seis anos.
Inteligente, sensível e carente de um afeto que não encontra na família.
Sua mãe, Estefânia, trabalhava numa fábrica, o pai, Paulo, estava desempregado, e como tal passavam por muitas dificuldades, pelo que eram as irmãs mais velhas que tomavam conta dos mais novos; por sua vez, Zezé tomava conta do seu irmão mais novo, Luís.
O endiabrado garotinho sai pelas ruas fazendo mil travessuras. Aprende tudo sozinho, é o "descobridor das coisas".
(Fonte: WIKIPÉDIA – a enciclopédia livre) http://pt.wikipedia.org/wiki/Meu_P%C3%A9_de_Laranja_Lima_(1998)

Vamos as considerações de uma Mãe Sem Fronteiras...

O garoto Zezé de 6 anos de idade, não é uma peste ou endiabrado como dizem na telenovela.

É apenas uma criança, que solta em seu mundo, sai para passear, brincar e fazer descobertas com seu irmão menor, o Luís.
É uma criança extremamente inteligente, carente de atenção e amor da família, é muito sensível, e como toda criança, é curiosa.

Toda criança é curiosa e tem uma ânsia por mexer nas coisas novas, perguntar e se necessário for, ir até o local desejado da curiosidade...

"É um erro" dos adultos tacharem, denominar, um nome pejorativo nas crianças.
Porque futuramente essa criança levará esse mau costume de ser chamado de uma palavra negativa, como por exemplo, "peste".

Peste é doença, sinônimo de coisa ruim, calamidade, desgraça pública.

Olha quantas coisas ruins estamos dizendo de uma criança, quando falamos que ela ou ele é uma peste.

Pais, adultos e professores, isso também é uma forma de bullying, você não acha?

Associar uma criança a uma palavra tão desprezível como peste, endiabrado, ou coisas parecidas é o mesmo que inferiorizar e desprezar aquela criança, sem ao menos tentar entende - lá.
E se você assistir a novela, ou apenas leu o texto do Wikipédia logo acima, saberá claramente qual a carência do garoto Zezé, que é a falta de atenção e afeto da família.

Então você não gosta da telenovela “Meu Pé de Laranja Lima”, não indica assistir, Senhora Mãe Sem Fronteiras?
Eu gosto muito e indico assistir com toda a certeza.

Estou aqui, apenas como mãe, para mostrar algumas atitudes negativas que às vezes os adultos têm, sem perceber "talvez".

Precisamos perder esse costume que vem de uma geração antiga.
Para isso, é necessário ter consciência das atitudes e erros, para assim mudar, melhorar, repensar nossos comportamentos diante de situações adversas.

Se coloque um pouquinho, no lugar de uma criança, que tem um mundo todo para explorar e descobrir.
Se você já foi criança um dia, pode entender o que eu estou falando.
Curiosidade é diferente de desobediência.

O garoto faz sim, algumas travessuras, mas nada que mereça tal nome ruim, a ser dito a toda hora e momento.

Em um dos episódios, o garoto Zezé, viu a pilha de pratos, que lhe chamou a atenção.
Na tentativa de explorar sua curiosidade, até por falta de companhia e brinquedos, talvez, quem sabe?
Foi contar quantos pratos tinham empilhado e adivinha?
Caiu no chão e quebrou os pratos.
A irmã mais velha ficou furiosa e como de costume, “já chamou o garoto de peste” e teve a primeira atitude de sempre, querer bater no menino.

Não vou nem entrar no mérito de bater, porque ai o buraco é mais embaixo ainda, vamos ficar por enquanto só com as palavras pejorativas, que devemos observar para não fazer isso com nossos filhos, sobrinhos, netos, alunos, etc.

Todo comportamento, atitude, sempre tem um contexto, uma história por trás, vivida pela pessoa, criança, seja lá quem for.

Não devemos julgar aquilo que não sabemos ao certo o porquê acontece.

A criança, quando sai para fazer algo, ou mexer em alguma coisa, ela não sabe o perigo e risco que ela pode estar prestes a sofrer.
Cabe a nós, adultos, alertar, você não concorda?

E a realidade do garoto Zezé, é na verdade a realidade de muitas crianças.
Que os pais trabalham e não tem nenhum adulto “disposto” a ajudar essa criança nas descobertas da vida, nos conselhos de que, “isso pode ou não pode fazer ou mexer naquilo”.

Talvez essa carência do Zezé é a mesma de anos a fio, onde elas demonstram e precisam de adultos que de “afeto e atenção”, nessa longa jornada que está apenas começando, de toda a fase da infância.

O Zezé é uma ficção da telenovela, mas se você perceber existe muito “Zezés” por ai, que são mal compreendidos em suas jornadas de descobertas.

Vamos juntos, pensar melhor antes de condenar uma criança, tachando elas ou eles, de qualquer palavra ruim, sem ao menos entender melhor, o que se passa na vida delas, ok?

Para um futuro melhor, sem ofensas, bullying, palavras pejorativas...
E quem sabe, uma infância cheia de descobertas, alegria e felicidade para todas a crianças.

Aqui quem lhes fala, é uma mãe sonhadora.
Uma Mãe Sem Fronteiras para sonhar.

Um beijo,

Jú.

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