O dia de levar o filho a escola.

Esse texto estava pendente desde quando comentei na publicação do post: “Se as praças estão vazias, porque não levá-las lá para dentro?”.
Se você não leu esse texto acima, leia, é bem legal.
Eu falo um pouco sobre essa “rica fase do brincar” das crianças, que precisa ser explorado bastante nas escolas, principalmente com as crianças menores de 4 anos.

E confesso, que um dos principais motivos que me fez tirar meu filho da escola, no começo desse ano de 2013, foi exatamente pensando em explorar mais o “brincar livre da criança”.

Mas vamos lá para o texto.

Esse dia vai chegar “para toda e qualquer família”, pais e crianças.

O dia de: levar o filho a escola.
Agora é a época em que muitos pais estão avaliando diversas escolas por vários motivos: para transferir o filho no próximo ano; alguns farão isso por necessidade, outros por desgosto com a escola atual e outros ainda porque vão matricular a criança pela primeira vez em uma escola.
E é por isso que decidi publicar esse texto agora, pois escola está sendo um assunto primordial em muitas casas e famílias.

É agora, ou um pouco antes, que inicia uma espécie de “peregrinação em busca da melhor escola para o filho”.
Uma escola que atinja as “expectativas e valores” dos pais e futuramente da criança.

Confesso que não procurei muito da primeira vez, pois já tinha referências de uma escola perto da casa da minha sogra, e decidi colocar lá mesmo.

E o meu dia, de levar o meu filho pela primeira vez na escola, aconteceu no início desse ano de 2013.

Eu não tinha intenção de colocá-lo na escola ainda, mas com o incentivo da família e por meu filho ser muito comunicativo, falante, interessado em aprender, “pensei que talvez” seria bom para ele ir meio-período na escola, brincar, conviver com outras crianças.

Mas como “quase” tudo na vida, a gente só descobre quando passa, comigo não foi diferente.

Meu filho estava com 2 anos e 6 meses quando iniciou suas aulas.
Matriculei meu filho, comprei mochila, uniforme e fui toda feliz levar meu filho para a escola, “achando que seria o melhor para ele”.
“Pensei que meu filho fosse gostar dessa interação com crianças, aprendizagem constante, brincadeiras”...

Mas não foi bem assim. Ele chorou com uma tristeza tão profunda, todos os dias.
E o meu filho não é uma criança chorona, de fazer manha, o que me deixou super grilada com a situação.
Nem quando está doente, meu filho fica chorão. Mas na escola chorou.

Eu até tentei conversar na escola, para ajudar meu filho a interagir, mas a escola foi contra mães ficarem junto com os filhos, “mesmo sendo a época de iniciantes e adaptação”, pois atrapalhava a aula professora.
Até ai tudo bem, sou mãe de primeira viagem, e estou aqui para colaborar com tudo que a escola disser que é o melhor a fazer.

Meu coração ficou super apertado, e algumas pessoas, para ajudar aliviar minha preocupação, me diziam que é fase, vai passar e ele vai acostumar com a escola.

Como eu não sou muito radical, “gosto de dar chance para o novo”, decidi dar um tempo e uma chance para a escola, pois aparentemente estavam preparados para lidar com a situação.
Mas mesmo eu sendo “persistente e conversando com o meu filho todos os dias”, ele chorava na hora que eu entregava ele na escola e na hora de buscar.

E com o meu filho chorando “todos os dias na escola”, fiquei entre a cruz e a espada.
Mas precisei de alguns dias para tomar a decisão “X”, que era: tirar meu filho da escola ou insistir e deixar, que logo ele acostumaria.

Então decidi esperar até o final do mês, e ai tomar a minha decisão.
Mas enquanto isso, eu fiquei observando meu filho para ajudar na minha decisão.
E aquela criança feliz, falante e comunicativa, que contava tudo que fazia, não falava mais.
Começou a ficar chorão, irritado, nervoso e não conversava mais.
Eu podia fazer qualquer pergunta sobre a escola, amigos, professora, mas ele não dizia uma palavra.

Percebi que a escola estava mascarando o choro do meu filho, mas achei que fosse para me deixar mais “segura e confiante”.
Só que acredite, honestidade é a melhor escolha sempre.

Para o educador Marcelo Cunha, quanto mais à escola prestar atenção na individualidade de seus alunos, menos dificuldade de adaptação eles terão e, embora o primeiro dia de aula assuste muitas de nós, ele lembra que “geralmente as crianças tem um poder de adaptação incrível”.

Com isso, meu coração começou a ficar apertado e cada dia com mais dúvidas. Porque eu gostaria de ajudar a escola e meu filho nessa adaptação, mas se eu não soubesse como fazer isso, não adiantava nada.
Precisava entender qual a dificuldade meu filho estava tendo para se adaptar a escola, mas precisava dessa parceria com a escola, pois meu filho não pode ser só um número, uma criança a mais ou a menos na escola ou na classe.

As escolas têm suas regras e métodos de ensino. Suas maneiras de conduzir os alunos e pais, mas acredito nessa colocação do “educador Marcelo Cunha”, em tratar o individualismo dos alunos, pois cada um é um, sempre em qualquer situação ou circunstância.

Foi nesse gap, nessa falta de retorno, que me senti desconfortável com a situação e tomei a decisão de tirar meu filho da escola, antes mesmo de terminar o mês.

Às vezes pesquisamos muitas escolas, seus métodos de ensino, seus valores como instituição, seus propósitos para o futuro, o preço da mensalidade, material escolar, se fica perto ou longe de casa ou do trabalho, referências de amigos e vizinhos, enfim, a busca e critérios são enormes.
Mas lá na frente toda a busca e investimento vão por água abaixo, quando o filho (a) não se adapta a escola, ou quando perdemos a confiança na instituição de ensino, que foi o meu caso.

Muitas das vezes é difícil tomar a decisão de mudar o filho (a) de escola por vários motivos, como orgulho, ter que abrir mão de todo o investimento feito na matrícula e mensalidade, uniforme e material escolar, pela escola tal (em algumas vezes), ser o sonho dos pais em ver a criança estudando ali.

Confesso que não tomei a decisão logo de cara, dei chance para a escola tentar adaptar meu filho, conversei bastante com o meu filho, pensei muito nos gastos que já tinha feito, mas decidi pelo resultado que ele mesmo apresentava para mim, de: insatisfação, choro, quieto, irritado e triste.

Desde que tirei meu filho da escola, ele voltou a ser o Vitor de sempre.
Alegre, feliz, comunicativo, risonho.
E com essa decisão de tirar meu filho da escola, optei por não fazer mais entrevista de emprego, para ficar em casa, cuidar e brincar com meu filho.
E com isso, a nossa relação de mãe e filho ficou ainda melhor.

Nunca deixo de explicar e incentivar os estudos para o meu filho, mesmo que ele ainda não foi para a escola. Em todas as oportunidades, comento e falo que estudar é bom e uma obrigação de todos nós.

A gente precisa ouvir nossos filhos, observar seu comportamento sempre, pois ninguém melhor do que eles mesmos, para dizerem sua satisfação ou insatisfação de qualquer assunto.
No começo a gente fica chateada, devido a nossa busca pelo melhor, mas nem sempre o melhor para a gente é o melhor para nossos filhos.
E hoje vejo a alegria e a desenvoltura do meu filho e tenho a certeza de ter tomado a decisão certa.
Eu até poderei ter procurado outra escola, ter começado essa peregrinação em busca da melhor escola, mas pensei melhor e decidi curtir com ele, essa fase deliciosa do “brincar livre da criança”.

Decidi brincar em casa com ele, pintar e criar coisas novas, levá-lo ao parque para brincar ao ar livre.
Montar a piscina em dias de calor, assistir muitos desenhos e filmes, tirar o cochilo da tarde que ajuda no crescimento da criança, enfim, decidi deixar a criança ser criança.





Essas são algumas das atividades que fazemos juntos. Também brincamos de cabana, massinha, de super-herói, com os bonecos e brinquedos dele, enfim, é uma infinidade de atividade. Lá na minha página "Facebook Mãe Sem Fronteiras" tem várias fotos com dicas e idéias de brincadeira.

Desde que meu filho nasceu eu pratico a desaceleração aqui em casa, e o resultado tem sido positivo para a família toda.

Por isso, decidimos que a escola poderia esperar só mais um pouquinho.
A gente estuda tanto. 
E posso afirmar que dependendo da profissão o estudo fará parte da vida inteira.
Os estudos é uma obrigação, que pela lei deve iniciar aos 4 anos de idade e tem previsão de terminar esse ciclo com 18 anos. Depois vem o ensino superior, cursos profissionalizantes, etc.

Então porque não aproveitar essa fase da infância, simplesmente brincando?

Veja a seguir, um post que comento sobre "algumas insatisfações" que contribuíram para eu tomar a decisão de tirar meu filho da escola.
Próximo post: (Motivos que nos levam a mudar nossos filhos de escola.)

Beijos,
Mãe Sem Fronteiras.

Fonte:

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