♥ ♥ ♥A Metamorfose Materna♥ ♥ ♥

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Meu pai já me dizia: Juliana, a vida sem filhos é uma, e a vida com filhos é outra completamente diferente. Tudo muda, tudo mudará, e não será mais igual como antes.

E eu, ao nascimento do meu filho, pude entender bem o que é essa mudança, que hoje posso chamar de Metamorfose Materna.

A gente muda, transforma, se recria...
Nada mais é e será como antes...

As prioridades, os planejamentos, a rotina, as preocupações, a visão do mundo, enfim, tudo isso e muito mais, passa por uma metamorfose inexplicável, que só entende quem passa.
Meu pai dizia, existiu uma Juliana antes e terá uma nova Juliana, depois da maternidade... E assim eu acredito que seja com o João, a Maria, a Fátima, a Roberta, a Helena, o Carlos, e assim por diante, com todas as pessoas que são pais e mães...

É um misto de amor e dor, que se misturam e desenrolam todos os dias...

E por falar em dias, sem filhos podemos planejar os dias da semana, as viagens, a roupa que desejamos usar no dia seguinte, enfim, tudo pode ser planejado e executado tranquilamente, sem grandes imprevistos ou mudanças de planos em última hora... Já com filhos pequenos, a viagem tão desejada e planejada pode ser adiada ou cancelada por conta de uma doença ou mal estar de última hora, a roupa planejada no dia anterior pode ser banhada com uma bela golfada do bebê pela manhã, ou uma febre inesperada pode ser um começo de um longo dia de molho em casa, ao invés de um dia agitado no trabalho, por exemplo... Com tudo que já passei e observei, aprendi que todo dia é um capítulo novo e inédito, e que quando vivido sem muitos planos e expectativas, tem melhores resultados.
Tenho sonhos, faço planos SIM, mas tenho procurado não sofrer tanto, quando os planos não saem como desejei... E que viver um dia de cada vez, também é bom, sem expectativas de ter o controle de tudo e de todos, é assim que eu quero dizer, e tenho vivido de um tempo para cá...

As crianças pequenas, as menores de 6 anos de idade, os bebês, tem necessidades básicas diárias como: se alimentar bem durante o dia (a cada 2 o 3 horas); ter a atenção, carinho e limites dos pais; tem sono freqüente e ficam cansadas facilmente, então precisam de cochilos durante o dia, conforme a idade; ficam doentes e precisam de cuidados médicos; desejam e precisam brincar e ter uma companhia, enfim, as vezes criar muitas expectativas, pode ser frustrante para os próprios pais...

E aquele misto de dor e amor que eu falei logo acima, vou resumir aqui:

A dor acontece no nascimento, na primeira injeção que o bebê precisa tomar (e as inúmeras que vem ao longo do crescimento), depois as inúmeras vezes que ficam doentinhos, e nossa vontade é estar no lugar deles ou arrancar de seus corpos qualquer doença... Na fase dos 2 aos 3 anos, existem aqueles impulsos por ser, querer e desejar tudo (com algumas birras), mas que não chega nem aos pés da fase da adolescência e vida adulta, na qual a liberdade chega, e a nossa única vontade é sempre estar ali, ao lado deles, em todos os momentos... Não para vigiar ou controlar seus passos, mas apenas para ter a certeza que estão bem, vivos, respirando, fora de perigo... Ai como doe essa liberdade de não estar ali para proteger, guiar, livrar do mal ou perigo que possa ter pela frente. Mães são assim, se pudessem teriam os filhos em sua barra da saia, mas sabemos que a fase da liberdade chega, e o melhor a fazer é abençoar seus caminhos e guardar os filhos no coração e na mente.

E o amor, esse sentimento é a todo momento e instante, não importa a idade, quem são os seus filhos e qual caminho seguiram, coração de mãe (e pai) sempre ama.

Estava recordando... É engraçado como as coisas mudam... Na minha adolescência eu não saia de casa sem antes tomar um banho demorado, queria estar sempre arrumada, batom, perfume... E hoje tanto faz o exterior, porque o interior está completamente cheio de amor. A aparência conta SIM e muito, e ainda amo muito me arrumar, isso não mudou em mim... Apenas inverti algumas prioridades, não tenho muito a tempo a perder, e muitas das vezes preciso ser prática se preciso concluir várias tarefas ao mesmo tempo, e por isso digo que a gente aprende a se reinventar, sem perder o brilho da vida e da alma...

Em falar em prioridades, quero avisar as mamães de primeira viagem, que não se preocupem com a falta de tempo para tomar um café de 5 minutos sossegada, uma prosa rápida com uma amiga antiga pelo telefone, ou um banho completo de 10 minutos (risos)... Tão em breve a infância passa e você desejará loucamente por apenas uma breve ligação de: “Olá mamãe, como vai, tudo bem por ai?”.

Sim, os filhos crescem assim como nós um dia crescemos, e ai chega outra fase da vida, a denominada como “ninho vazio”. Posso afirmar que é só o ninho vazio, porque o coração ainda continua transbordante...

Como eu falei, é uma metamorfose da vida, é uma metamorfose materna, vivida por aqueles que desejam ter filhos, e com todo compromisso e responsabilidade do mundo, desejam amar, educar e dar o melhor de si ao próximo, aos filhos...

Em palavras é difícil dizer, como tudo isso vale a pena viver.

Às vezes sentimos solidão, em meio à multidão... A casa cheia, mesmo em festas, e aquele sentimento de que estamos sozinhas, em nossos desejos e vidas... E acredito que isso nada mais é, do que o imenso e maravilhoso gesto de doação e entrega ao próximo, onde acabamos nos perdendo do nosso próprio mundo egoísta (onde centralizamos nosso eu e vontades), numa entrega de amor e dedicação a família...
Agora o centro das atenções, as preocupações, os olhares, são sempre voltados os filhos, que automaticamente são refletidos em nós, as mães... Não me pergunte porque isso sempre acontece, mas é assim que a vida segue...

Mas nada disso incomoda, de não ser mais a estrela a brilhar, de ser a última a fazer as refeições depois que todos foram servidos, de ser a última a dormir e tomar banho, e ainda sempre alerta estar... Não importa aonde chegamos, a pergunta sempre será pelos filhos, mas isso não é problema, faz parte da vida e que bom que os filhos são sempre lembrados... Acho que isso é amor, (1 Coríntios 13).

As amizades mudam e algumas amigas já não lhe procuram mais, mas em compensação aparecem outras que nos entendem, porque vivem e sabem como é a maternidade, nos compreendem... E por um bom tempo o assunto é sobre o coco do bebê, o leite e as fraldas das crianças...
E mesmo com o passar do tempo, o assunto ainda são os filhos e as suas fases, porque afinal de contas, a gente AMA falar dos filhos...

O interessante de tudo isso, é que na maternidade a gente aprende tanto quanto tem para ensinar, e por incrível que pareça, mesmo com a genética e com tudo que ensinamos, os filhos são seres únicos, com suas próprias personalidades, pensamentos e interesses... Por isso, dedique seu melhor, sempre ensine, aconselhe, mas não esqueça que os filhos um dia seguirão suas próprias vontades....

Bom, de tudo que posso dizer e resumir (se que isso é possível..rs) é que, apesar dos altos e baixos, das noites sem dormir, e das infinitas preocupações sobre o amanhã, não inventaram nada melhor do que o denominado de “Família”, formado por pais, filhos, familiares, animais de estimação, e até amigos que as vezes são como irmãos...

E toda essa metamorfose materna, vale a pena, é um ciclo de vida maravilhoso, que choramos, rimos, brigamos, discutimos, reclamamos, mas que sempre vale a pena...

A maternidade é uma jornada de aprendizagem, uma caminhada de muita responsabilidade, mas de muita alegria, porque voltamos a ser criança quando sentamos no chão para brincar, as gargalhadas que não nos deixam desanimar, a inocência e sonhos que trazem a esperança da vida, e nos encantam todos os dias, até a morte chegar...
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Um comentário:

  1. Jú o resumo pra mim foi "misto de amor e dor" rs...
    Eu sempre falo isso que a maternidade mistura o amor desmedido, a doação como você falou com a dor de vê-los sofrer por qualquer coisa...
    É amiga... agora dor mesmo e preocupação será na adolescencia como vc tb disse... pq todo mundo acha que o trabalho é com eles criança? Que nada... ja falaram tb que a dor de cabeça é quando crescem e a gente descabela com as chegadas tardes em casa.. ai ai ai.. que meda rs

    Vamos cuidando, amando, sofrendo, preocupando, ensinando.. ja que não tem jeito de escapar dessa "metamorfose ambulante" rs

    Beijos doces meu e da Maria ♥

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