Professor, nunca desista de seus alunos (as).
Esse tema foi criado, devido um post anterior que escrevi, onde comentei
sobre alguns acontecimentos da infância, que ficam guardados em nossa mente
para sempre.
Caso você não tenha lido, o tema do post é esse: http://www.maesemfronteiras.com.br/2013/10/acontecimentos-da-infancia-que.html
Então vamos lá.
Não sei dizer exatamente se foi na 1° ou 2° série do
primário*.
Lembro apenas de alguns fleches e do foco do acontecimento,
na infância.
Eu estudava no colégio particular, São Francisco Xavier,
onde minha mãe tinha uma bolsa de estudos para eu estudar, devido aos meus
primos estudarem lá.
Foi uma época muito difícil para mim, mesmo sendo criança.
Como assim, época difícil?
Por acaso criança sofre?
Pois é, a partir do momento que somos inseridos ao mundo
real, do “eu tenho e você não tem” ou “eu posso e você não pode”, estamos
sujeitos a sofrer sim.
Vou explicar melhor.
Na minha sala de aula, todas as meninas/amigas tinham
apetrechos não muito necessários “vamos dizer assim”, para poder estudar, mas
que davam uma satisfação de ter aqueles objetos.
Sim, aquela velha história de material escolar fofinho,
bonitinho e que custa carinho, porém é o desejo de “quase” toda menina de ter.
São estojos diferentes, canetas importadas, mochilas,
borracha de cheirinho e de bichinho, apontador de lápis de personagem, tudo
fofinho, bonitinho, rosinha, de florzinha...
Eu, naquela época de criança, não entendi o porquê as
meninas da escola que eu estudava tinham algumas coisas bonitas de material
escolar e eu não.
Nem sei se a minha mãe tinha dinheiro ou não para comprar
essas coisinhas que eu desejava ter também, só sei que gostaria de ter e não
tinha.
Quando a gente é criança, não entendemos certas coisas, a
não ser que um adulto perceba o nosso “querer”, a nossa dúvida e nos explique.
As minhas amigas, “se é que posso chamar assim” (risos),
elas faziam “questão” de mostrar que elas tinham e eu não, todos aqueles
apetrechos.
Fui uma vitima do “consumismo descabido infantil”.
Vítima da inocência da minha mãe, em achar que só colocar uma
filha em uma escola particular é o suficiente para garantir um futuro
maravilhoso, e não é.
É necessário muito mais.
É preciso que "o professor e pais" percebam essa naturalidade
da vida, e interfira e explique para a criança, para que ela tenha
discernimento do real motivo dela estar naquela escola, ou seja, para estudar,
ser alguém na vida...
Esse mundo consumista esmaga quem está na frente, como uma
mera formiguinha.
Acredito que o mundo masculino, dos homens, meninos, não
sofre tanto com esses tipos de coisas, mas as meninas sofrem mais, com certeza.
Ah, quanta coisa temos para aprender com as crianças, “se
apenas a gente a ouvisse ou a observasse”...
(Isso foi apenas um pensamento alto, discorrido em palavras,
daqueles momentos difíceis que vivi).
Mas então, voltando ao assunto principal...
Eu precisava explicar esses detalhes, para vocês entenderem
todo o contexto a seguir.
Eu participei de um campeonato de “xadrez e outro de dama’.
E ganhei em segundo lugar de xadrez e primeiro lugar de
dama, conforme as medalhas da foto.
Porém, “eu troquei” a medalha que ganhei no jogo de dama, com
a minha amiga que competiu comigo e perdeu de mim.
Eu troquei a medalha por um estojo rosa, cheio de botões,
que quando apertava um dos botões, levantava os lápis, outro botão aparecia o
apontador, etc.
Como esse da foto abaixo.
Essa amiga/colega tinha pais com dinheiro.
Seus pais eram bem de vida e o que a minha amiga precisava
era da medalha para mostrar para seus pais, ou seja, algo que não dava para compra
é preciso conquistar, ganhar, vencer.
E eu, toda inocente, fui comprada por aquele estojo rosa,
lindo, que todas as meninas tinham, “menos eu”. (Ai que dó de mim na época). (risos).
Pois é, essa minha amiga sabia que eu não tinha aquele
estojo que ela vivia se exibindo para mim, e mais que depressa ofereceu a troca
do estojo dela pela a minha medalha.
Eu não pensei 2 vezes, troquei na hora.
Quanta inocência minha...
Mas aquele sonho meu durou pouco (risos).
Não demorou muito, a professora veio querer saber da minha
medalha e eu falei que havia trocada com a minha amiga que tinha perdido para
mim.
A professora me fez fazer a troca imediatamente.
Nisso, a minha amiga que perdeu no “jogo de dama”, afirmou
que ela tinha ganhado a medalha. (Que atrevimento).
Precisamos fazer uma nova jogada na frente da professora e
eu ganhei novamente. (A verdade prevalece sempre).
E ai a troca foi desfeita, fiquei com a medalha e devolvi o
estojo.
E ainda levei uma lição para casa da professora.
Lição de moral é claro (risos).
O valor da medalha não está em quanto ela vale, mas está no
seu mérito.
Quem ganhou?
Quem venceu e mereceu ganhar aquela medalha...
A medalha é só um símbolo de quem foi o campeão, não tem
valor em dinheiro, mas tem valor para quem a ganha.
Fiquei mega feliz com essa explicação dada pela professora, que
ficou guardada em meu coração para sempre.
Não foi exatamente essas palavras, mas foi esse o
significado.
Nunca podemos trocar um mérito, mesmo que seja por muito
dinheiro ou apenas um prato de comida (passagem da Bíblia Sagrada).
O valor do troféu e da medalha não está no "objeto em si", não
vale dinheiro, o que vale é o esforço, o mérito, o merecimento, que ninguém
pode tirar de você.
E o que tem a ver o tema do texto, “Professor nunca desista de
seus alunos (as)”, com essa história?
O que tem a ver “são os ensinamentos e os valores” que os
professores passa dentro e fora de sala de aula, são muito importantes para
seus alunos.
Nunca deixe de ajudar, aconselhar um aluno, “com bons atos e
atitudes”.
Talvez você não veja o retorno ali, na mesma hora, mas tudo
que é dito, tanto de bom como ruim, é uma sementinha plantada em uma terra
fértil, que um dia vai brotar e crescer.
E se a sementinha for boa, terão bons resultados, mas se a
sementinha for má, o resultado você já sabe como será...
Professor, vocês são nossos exemplos, nossos espelhos por
longos anos, de amor ao trabalho, dedicação, paciência, exemplos de vida...
Nunca deixe de dar bons exemplos, lançar sementes de boa
índole, mesmo que aparentemente nenhuma terra vingou aquela sementinha do
bem...
Posso garantir que os seus conselhos, “Professores”, nunca
serão tempo perdido, isso em qualquer idade do aluno (a).
Obrigada a todos os professores.
Beijão.
Juliana Pelizzari Rossini.
Juliana Pelizzari Rossini.
Mãe Sem Fronteiras.
*Na minha época, o ensino fundamental era dividido em
primário (1° a 4° série) e ginásio (5° a 8° série).
Desde 2005 houve essa reestruturação da Educação Básica
sendo: Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
O Ensino Fundamental inicia aos 6 anos de idade, sendo da 1°
a 9° série, ou seja, a criança inicia a primeira série com 6 anos de idade e
não com 7 anos como antigamente.
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