Partos e Relatos: A espera de Maria.

Hoje estou estreando com muito orgulho, o cantinho Parto e Relatos, com uma amiga muito querida, a Teresinha Nolasco, que tem um blog materno encantador, o Bolhinhas de Sabão Para Maria.

A amizade de Teresinha veio como um presente de Deus, que entrou em minha vida como um anjo. Falo isso, porque com a sua delicadeza, atenção e ternura nas palavras, chegou em um momento muito difícil, e sem questionar ou duvidar, me deu o apoio que precisava.

Amigos são como anjos de Deus na terra, enviados para caminhar ao nosso lado...

Então vamos lá...

Teresinha, conta um pouco para a gente, como foi a descoberta da sua gravidez, seu pré-natal, seus momentos mais emocionantes na gestação...

Você teve algum desconforto, ou algo que gostaria de compartilhar ou orientar as futuras mamães, fique a vontade para falar...

Qual foi seu parto e saiu como planejado?

Enfim, fique a vontade para contador um pouquinho desse momento tão especial, que é a gestação e o momento do nascimento...

♥ ♥ ♥

É um prazer imenso e uma alegria no coração ter sido convidada para estrear um quadro tão importante e que virá carregado de muito amor materno. Juliana, Ju minha querida amiga de todos os dias, esse sentimento é recíproco em relação à você e à nossa amizade! Sinto-me honrada por estar aqui falando um pouquinho de mim e Maria e com responsabilidade e amor estrear um quadro que será promissor e cheio de vida! Obrigada amiga! ♥

A Descoberta

A descoberta da minha gravidez foi um momento de êxtase. Desconfiada que pudesse estar grávida, saí da minha atividade física e corri para um orelhão (telefone público) para procurar um especialista. Estava na cidade onde moro hoje há praticamente dois meses - apenas - e não conhecia médico algum. Na rua mesmo liguei para o 102 e descobri uma ginecologista. Por sorte consegui uma vaga e fui muito bem atendida.

Ela que também era obstetra, me pediu um exame de sangue e que eu voltasse aquele dia mesmo. Não esperei nada. Fiz o exame e voltei para pegá-lo com grande ansiedade. Quando a moça me entregou, comecei a ficar tonta ali mesmo.

- O que significa essa taxa alta?

- Que você está gravidíssima!

Foram as palavras dela que nunca me saíram da cabeça.

Saí pelas ruas tonta, não sabia onde estava passando. Só queria chegar em casa e ligar para meu Cris (meu marido) que estava trabalhando em outra cidade e partilhar essa alegria com ele. Quando recebeu a notícia, ficou também sem saber o que fazer de alegria.

O orelhão na cidade que se encontrava o papai. Foi onde ficou sabendo de Maria.

Era dia 02 de maio e pude dar esse presente de aniversário também para minha mãezinha. Contei para toda família. Estavam na hora na casa da mãe, ela e meu pai e sua irmã, minha tia querida que hoje não estão mais na nossa presença.

Era uma novidade grande. Uma mudança em nossas vidas estava acontecendo ainda maior a partir dali.

A Gestação

Comecei o pré-natal e Cris me acompanhou todos os dias. A cada crescimento uma euforia e novidade. Uma única vez durante toda a minha gestação sonhei com uma menina, mas em minha cabeça achava que estava chegando um menininho. E a surpresa foi grande quando ficamos sabendo que Maria estava vindo! Fomos preparando o quartinho e curtindo essa gravidez tão desejada.

A gestação não poderia ter sido mais perfeita. Eu não tinha indisposição, não tinha enjôos, não passava mal. Na época não contava com uma ajudante e fui até o final dando conta das minhas coisas e da minha casa. Lembro-me de esfregar o chão da cozinha no dia anterior ao parto e me depilava agachada com aquele barrigão enorme apenas com um espelho como referência. Fiquei uma bela grávida posso dizer. Maria enfeitou a barriga da mamãe. J

A barriga esticada e as veias visíveis. Era uma menininha se espreguiçando por ali...

Pré Natal

Mesmo sendo bem tratados, notávamos uma certa resistência no pré-natal quanto aos nossos desejos e perguntas, mas fomos levando tudo com muito amor.

Estava com 8 meses e Maria não havia virado. A sapequinha estava sentada no útero da mamãe. A obstetra antecipou que ela não viraria e já pensou na cesariana. Minha vontade era tentar o parto normal, mas era fim de ano e eu poderia cair nas mãos de um plantonista por ser próximo ao feriado, assim não quis correr o risco esperando uma possibilidade de Maria virar, já que poderia não ter o parto feito pela obstetra que nos acompanhou esse tempo todo.

Cris sempre foi muito questionador, procuramos nesse final de gravidez outra obstetra para saber de fato o que poderia acontecer. Era direito nosso questionar, duvidar e procurar outro profissional.

E essa outra médica também confirmou que a possibilidade de Maria virar seria mínima e que em 20 anos de trabalho tinha visto isso acontecer uma única vez.

Voltamos para a nossa obstetra e marcamos a cesárea.

O Parto

Tudo marcado para o dia 22 de dezembro. Dia do aniversário do padrinho (foi assim escolhido já que seria cesárea) e meu irmão.

No pré-natal, Cris já havia perguntado sobre a possibilidade dele assistir o parto, mas a obstetra sempre falava que dependia da equipe de cirurgia para dar uma resposta.

Chegou o dia do parto e me dirigi à sala de cirurgia. Novamente Cris perguntou se ele poderia estar presente no parto. A obstetra então disse que iria olhar com a equipe e que voltava para dar um retorno pra ele, que ficou esperando até que eu saísse já sem a Maria no ventre.

Dia 22 de dezembro. A primeira mamada de Maria no peito.  E papai do lado.

Indignação

Foi uma decepção. Cris se sentiu humilhado. Um sentimento de desprezo, de tristeza por ter perdido um momento tão importante e único. Um sentimento de indiferença e pouco caso por parte da médica. Ele não cortou o cordão umbilical, não segurou minha mão e nem viu Maria nascendo.

Voltei uma única vez a essa obstetra e já não me senti bem. A partir daí senti indiferença quando cruzava com ela na rua, ela já não cumprimentava e desviava o olhar. Por estar sem graça? Acho que não. Talvez por ter faltado ética de uma médica pra outra quando fomos procurar outras respostas, ou mesmo por não ter voltado mais nela.

Esse sentimento de indignação ficou marcado. Hoje tudo passou, mas durante muito tempo meu marido sentiu tristeza e não gostava de relembrar o fato.

Graças a Deus que pelo menos um bom parto ela fez. Tive uma recuperação excelente e Maria esta aqui do lado, linda saudável e cheia de graça. Apesar dos pesares só tenho que agradecer a Deus e à vida por uma dádiva tão grande.

Não gosto de julgar ninguém, ela nunca nos destratou, mas nunca ficamos sabendo ao certo porque isso aconteceu e também não respondeu ao nosso pedido nos deixando no ar. Ficamos tristes e sozinhos. Só queríamos um retorno.

Se tivéssemos a experiência, a mentalidade e as informações que temos hoje, não teríamos deixado isso acontecer. Como diz Pedro Nava, “A experiência é um farol que ilumina pra trás.” 

E para as futuras mamães e papais, sempre que duvidarem de algo, reclamem, questionem, procurem informações, não deixem de cobrar seus direitos em hipótese alguma, mas acima de tudo e apesar de tudo, sejam loucamente felizes com o maior amor de suas vidas, sem se importarem como ele chegou e como ele é: Seus filhos! Essa é a melhor parte da história! ♥

Meu amor, minha vida hoje com quase 9 anos! 

♥ ♥ ♥

Espero que tenham gostado de conhecer um pouquinho da Teresinha e sua história. E não deixem de conhecer o blog Bolhinhas de Sabão para Maria, e se encantar com uma menina linda, inteligente, chamada Maria.

E você, quer contar um pouquinho da sua história, como foi seu parto, seu momentos de alegrias, alguma dificuldade que passou que gostaria de dividir com outras mamães? É só enviar seu relato para mae.semfronteiras@gmail.com que vou ficar imensamente feliz em compartilhar aqui, no blog.

Fiquem com Deus, e até a próxima.