Quem será expectador da infância?

Quem será expectador da infância?

- Quem honrará as crianças e seus “porquês”? – Com suas histórias para contar, seus sonhos e fantasias de terem super poderes, encontrados na Terra da Imaginação...

Do “acordar ao dormir”, são muitos mães, mãe, mãe, mamãe...
E isso acontece desde recém nascido, mas de outra maneira, ou seja, através dos choros, murmurinhos, risadas, olhares...

A criança deseja ser notada, precisa de um expectador e de alguém que a veja, que observe, que chame a sua atenção no momento apropriado, que corrija e oriente seus passos...

Criança precisa de interação diariamente...

Criança precisar brincar, conversar, observar, perguntar, ouvir...

Criança precisa de muitos abraços e beijos durante o dia, para acalmar e acalentar os ânimos, hormônios, tensões, emoções...

Criança também precisa ser observada, de alguém disponível para brincar, para aprender com eles (ou elas), que olhe para a criança e a veja como ela ou ele é...

E toda essa interação vai criando laços e vínculos de afetos, de segurança e confiança, à medida que tudo acontece, como acontece... Do modo que o mundo interage com a criança (os pais, familiares, comunidade), ela vai se moldando...

O que nos move é sentimento, emoção, comoção, seja de raiva, de amor, medo, empatia, inveja, maldade, ciúmes, competição, empolgação, alegria, felicidade, tristeza...
Somos movidos por sentimentos bons ou ruins, mas tudo isso é vivido e inserido no meio (ambiente) em que vivemos, convivemos.

E a formação de uma criança é algo muito delicado, ou seja, tudo que a criança ouve, sente, passa, recebe, sejam coisas boas ou ruins, são exemplos que ficam enraizados por longas datas, podendo até ariscar em afirmar, por uma vida toda...
Por isso toda importância, atenção e carinho dedicadas na infância (principalmente na primeira infância), formará um adolescente e adulto mais seguro, mais confiante.

Muitos caem no engano, achando que os filhos vão dar mais trabalho na adolescência, por isso não dedicam “tempo e atenção” na primeira e segunda infância. Contratam ou deixam com pessoas ou familiares para cuidar do físico, mas esquecem do emocional, dos valores, dos sentimentos (saudades, amor, atenção), das manias e gírias que são moldadas com aqueles que estão ali, disponíveis para cuidar...

Ledo engano é achar que os filhos vão escutar os pais na “adolescência e vida adulta”, se anteriormente essa construção de confiança, de diálogo, de cumplicidade entre pais e filhos, outrora não foi alicerçada, ou seja, na infância e durante a vida toda.
A infância exige algo que nem todos estão disponíveis ou atentos para perceber ou participar, que é a paciência, a calmaria dos dias e da vida, a criação das rotinas, a construção da confiança...

Procura-se pessoas para olhar para as crianças, aprender com eles (elas), ser expectador de uma infância que passa rápido e que não volta, e não tem máquina do tempo que refaça o que já passou...

Procuram-se adultos e pais dispostos a ouvir de verdade, escutar com o coração e perceber o que aquelas palavras estão querendo dizer além das palavras, nas entrelinhas... Que pode ser um medo, vontade de comer algo, um brinquedo, uma dúvida, angústia, a tristeza pela perda de um parente ou um bichinho de estimação, anseios...

Aconselho a leitura do livro A Sociedade dos Filhos Órfãos, do autor Sergio Sinay.
É uma leitura que ajuda aos pais a compreender suas responsabilidades, onde podemos melhorar na educação dos filhos, e a entender sobre algumas falhas e lacunas que ocorrerem na rotina e no dia a dia, dando-nos a oportunidade de melhorar...

Também recomendo assistir ao filme/documentário “O Começo da Vida” (diretora Estela Renner), onde especialistas falam sobre a importância da infância, e como essa fase influencia na vida adulta. O filme mostra relatos de pessoas, famílias, no seu cotidiano, onde podemos observar e fazer uma análise bem minuciosa, como expectador, de quão importante é a fase da infância na vida de um ser humano.

“Tem um trecho do filme que chamou muito a minha atenção: Onde uma garotinha vive uma vida bem escassa, de dura responsabilidade diária, morando com mais dois irmãos menores. E o entrevistador perguntou para ela qual era seu maior sonho, e ela respondeu que “não tinha sonhos”. Isso é tão preocupante e alarmante. Foi tirada dessa menina a oportunidade de construir um futuro melhor, de sonhar. Praticamente um crime cometido com essa criança”. E quantas crianças não se encontram por ai, nessa mesma situação? (Triste realidade)

Toda conquista, um dia já foi um sonho.

A criança de hoje, é o adulto de amanhã.
Precisamos cuidar daqueles que cuidarão do amanhã.

Fica a dica, a reflexão para todos nós...

2 comentários:

  1. Oi Ju e Vitinho!

    Quanta violência contra si e contra o próximo seria evitada se as crianças recebessem atenção dos pais.

    Tão cedo são terceirizadas e muito mais rápido do que se imagina, se tornam egocêntricas e incapazes de se colocar no lugar do outro.

    Você tem toda razão, é uma triste realidade. Tem adultos acordando para isso e servindo de exemplo. Mas, também tem pessoas aprendendo a duras penas. Pois, as consequências deste abandono e negligência vêem.

    Que Deus nos abençoe e ilumine para que tenhamos a sabedoria para cuidar de nossos tesouros, herança que Ele nos deu. E pedirá contas.

    Beijos carinhosos!

    Re e Laura

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  2. Oh amiga que sábias palavras!
    Criança precisa sim de muito cuidado, atenção... tempo junto... ah e como o corre, corre do dia a dia, nos faz negligenciar esse tempo.
    Precisamos cuidar dos de hoje para os que de amanhã estejam bem, amei isso!
    Que o Senhor nos dê graça e sabedoria a cada dia,
    bjs,

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