Livro: As Brincotecas, de Naava Bassi.

Pessoal, passei por esses dias em um lugar que AMO, chamado Sebo. Sebo é o nome dado a um lugar onde concentram livros, revistas, gibis, discos (as vezes), enfim, uma infinidade de materiais, em sua maioria usados, para venda. Os Sebos vendem e compram todo tipo de livro, e isso é encantador (ao meu ver), porque podemos encontrar uma série de materiais, muitas vezes não existentes mais para a venda em livrarias por ai...

Adoro ficar horas e horas olhando, folhando e depois fazer uma compra magnífica, com preços arrasadores, e voltar feliz da vida para casa, e ainda observar os dedos sujos, dos livros que estavam por ali, empoeirados, aguardando incessantemente alguém passar, olhar, folhar, desejar e levar para casa...rs É verdade, os livros tem vida, e desejam ser lidos, folhados...rs

Esse: adorooooo, ficar horas e horas, foi uma expressão minha, porque hoje em dia, são poucas as vezes que consigo esse privilégio... Sou mãe, então a vida é bem corrida (risos), mas confesso que se tiver alguns minutinhos, me esbaldo, feliz da vida, em procurar algo para levar para casa.

E alguns dias atrás, tive esse instante de felicidade, e comprei um livro para mim e dois infantis, e um deles é esse, As Brincotecas.

Esse livro é fantástico, onde tem a capacidade de despertar nas crianças e nos adultos, o espírito de democracia, solidariedade, justiça...

O livro fala de uma forma meramente abstrata (quando fala da visão do triângulo), porque ilustra a vida, as cidades, em formato de triângulo, onde na ponta vivem a minoria, em seus castelos em formato modernizado, ou seja, prédio luxuosos, de alto padrão, enquanto a maioria vive embaixo da pirâmide ou triângulo, em suas casas de madeiras, mais conhecidas popularmente como favelas.

Na história, que podemos dizer que reflete bem a vida real do século XXI, os brinquedos, das crianças que vivem no alto do triângulo, decidem visitar a parte baixa dele, onde moram crianças pobres, que não tem brinquedos para brincar e ainda usam seu tempo livre de brincar, para vender coisas diversas e variadas, no farol.

É como se os brinquedos criassem vida (na história), e indignados de serem abandonados e esquecidos pelas crianças ricas, e atoladas de brinquedos, decidissem se reunir, para ira até o local, onde crianças que não tem brinquedo nenhum, pudessem se divertir, brincar, alegrando as crianças e os brinquedos por estarem sendo úteis, ao invés de ficarem guardados nos armários...

Triste realidade, não acham?

Enquanto existem crianças lotadas de brinquedos (e sem uso, muitas das vezes), outras não tem brinquedo nenhum, e ainda precisam trabalhar para ajudar no sustento de casa.

E a autora, a Naava Bassi, ainda sugere em seu livro, uma ideia fantástica... A de criar a Brincoteca, baseada no modelo das bibliotecas, onde as crianças poderiam retirar os brinquedos para brincar, em suas casas, e depois devolveriam, podendo pegar emprestado outros brinquedos, assim como funciona a retirada de livros em bibliotecas, não é demais?

Eu pelo menos amei a ideia, e desejaria muito ter um espaço como esse, onde as crianças poderiam ir, desfrutar do espaço, brincar e ainda levar algum brinquedo para casa, devolvendo posteriormente, após o tempo estipulado para devolução...

Os brinquedos dessa Brincoteca, seriam esses doados, conforme a história conta, das crianças que moram nos lugares privilegiados, que vivem na ponta do triângulo, onde de nada tem falta e ainda sobram brinquedos sem uso e sem brincar.

Seria um projeto maravilhoso para as crianças, que não tem brinquedos e as mesmas condições daqueles que moram no topo do triângulo...

Seria um sonho, poder ajudar e concretizar um projeto lindo e maravilhoso como esse. Me espanta, saber que ainda não existe nada tão belo, como uma idade dessa.

Mas enfim, o livro está ai, a ideia também, só falta a oportunidade...

Bom, é isso ai pessoal, eu amei o livro, a história e a ideia da Brincoteca.

Contei para o Vitinho e ele adorou, e aproveitei para ajudar e reforçar sobre dividir, não desperdiçar, fazer o bem, estudar para ser alguém na vida... Dessa história, podemos tirar uma infinidade de aprendizados, conversar um pouco sobre a desigualdade que existe lá fora, mostrar um pouco da realidade para nossos filhos, etc. Super indico a leitura. Até a próxima.