Bom, esse título é muito conhecido por pais e mães, desde a
adolescência, eu diria até um pouco antes, eu creio que a partir dos 7 anos, é
quando tudo começa...
Mas, antes de dizer qualquer coisa sobre o tema, quero tomar partido das
crianças e adolescentes... Sim, um dia fui criança e adolescente, e partindo
desse princípio, me lembro bem dessa sensação de eu querer e não ter.
Sim, essa sensação de que todos vão, como uma onda gigante, para tal
lugar específico, e você não vai... Ou quando seu amigo (a) tem tal coisa
maneira, que você também gostaria de ter e não tem, é uma sensação no primeiro
momento dolorosa, mas quando levada a sério e tratada com o devido respeito
pelos adultos, pode ser calmamente amenizada e compreendida pelas crianças e
jovens... Sim novamente, eu acho que essa sensação que os filhos (as) sentem,
deve ser tratada com respeito, e muito bem entendida pelos pais (pai e mãe),
porque os filhos (as) e até a gente tem desejos, mas o que a criança e o jovem talvez não tenha, é maturidade para
entender como os desejos devem ser tratados e administrados, quando não podem
ser possuídos de imediato...
Desejar e querer algo, é bem natural do ser humano, todos nós temos desejos,
sonhos, vontades, e alguns podem ser conquistados com esforços, ou no momento
certo, e outros desejos não estão ao nosso alcance....
E o que a criança precisa, é entender essa diferença, que na vida vamos
nos deparar com essas hipóteses, de ter que se esforçar para conseguir, de ter
a hora certa e paciência para conseguir outras coisas e que também terão coisas
na vida, que não nos pertence...
E mesmo que os desejos e sonhos dos seus filhos sejam impossíveis, fique
calma, mamãe ou papai, porque nós não podemos controlar os sonhos e desejos,
eles veem, eles surgem, e não adianta se irritar, o que temos a fazer é
orientar, e orientar da melhor forma possível.
Vamos aos exemplos:
Meu filho só tem 4 anos de idade,
mas eu já controlo alguns pequenos desejos, por exemplo, de comprar aqueles
ovinhos, sabe aqueles ovinhos de chocolate, que vem um brinquedinho no meio? Então, ele tem uma vontade desenfreada de comprar esse ovinho, toda vez
que a gente sai de casa ou quando vamos ao mercado. E esse ovo de chocolate,
tem hoje o mesmo preço quase, de uma barra de chocolate grande, ou seja, um
absurdo de caro.... Eu faço assim, já converso e combino em casa mesmo, antes
de sair, que não vou comprar o tal do ovinho. Chega lá na hora ele até pede,
mas eu costumo lembra-lo do combinado, e compro uma bala ou um chiclete e fica
tudo certo. Ou simplesmente não compro nada e explico que em casa tem ou depois
a gente compra, que hoje a mamãe não tem dinheiro...
A conversa franca, ou combinados
feitos em casa, com crianças a partir dos 3 anos, tem dado muito certo, com resultados
positivos.
Vamos aos filhos maiores. Quero
dormir na casa do amiguinho, porque todos meus amigos dormem, só eu que nunca
dormi. Olha, essa questão é muito particular, mas se a sua resposta é não,
então é não e ponto final. Mas se você puder e tiver espaço em sua casa ou
apartamento, faço o inverso, converse com o seu filho ou a sua filha, veja
quais amigos são esses, e peça para seu filho (a) fazer o convite, assim você
pode cuidar e acompanhar as conversas, a maturidade dos papos, analisar se pode
confiar, no caso de um futuro, você quiser mudar de ideia, etc. E se você achar
que não deve dormir fora e não quiser deixar chamar ninguém, seja honesta,
converse que você não gosta, não se sente bem, quando o filho ou a filha dorme
fora de casa e pronto.
Lendo comentários de alguns psicólogos e médicos sobre esse assunto do Não Pode, eles dizem que nem tudo
precisa ter uma explicação lógica. Claro que conversando em um tom normal, sem
brigas e exaltação, nem tudo precisa ter explicação, porque ai a criança ou o
jovem começa a achar justificativa, então apenas o seu Não como vontade sobre o
desejo, já é suficiente em alguns casos.
Quero comprar tal roupa, calçado,
brinquedo, etc e tal. Primeiro você precisa ser sincera com você, ou seja, você pode e quer
comprar tal coisa para seu filho ou filha, você tem condições?
Se as respostas forem não, então podemos trabalhar nada mais, nada
menos, do que a sinceridade dos casos. Aqui em casa eu faço isso. Desde sempre
eu explico que só o papai trabalha, que ele recebe e depois precisa pagar as
contas que vem em formato de cartas todo mês, que tudo nessa vida a gente
precisa pagar, e olha que tem dado resultado. E assim eu tenho feito até quando tenho e posso
comprar, porque dessa forma vou mostrando e controlando os desejos e
impulsos desenfreados do simples QUERO
COMPRAR ou EU QUERO.
Quero sair, viajar ou ir na
balada. Primeiro lugar, seu filho ou filha tem idade para isso?
Se não tem, é outro caso que não tem muita explicação, além dessas
respostas a princípio: Você ainda não tem idade; Vai chegar a hora que você vai
poder sair, tenha paciência; Eu tenho medo da violência lá fora e você é ainda
muito novo ou muito nova;
Aqui nesse caso acima, você pode até bater um papo sobre o assunto,
explicar seus motivos e razões como pai e mãe, mas em outro momento, não no dia e hora do pedido. Porque
nessa hora o jovem vai insistir e insistir, e nenhum argumento ou motivo seu,
vai entrar na cabecinha desse jovem. Seja breve e objetivo nas palavras e
depois, em outras oportunidades, chame o filho ou filha para um bate papo
franco, explique suas justificativas, medos, mostre através de notícias como
anda a cidade e país que vivemos... Nada como um bom bate papo, para abrir as
ideias desses futuros jovens.
E quando o filho ou a filha querem
seguir uma carreira de jogar de futebol, ou atriz de televisão, jogadora de
vôlei, enfim, querem seguir algum esporte, algo que está sendo muito mostrado
na mídia. Nesse caso, não vai jogando um balde de água fria logo no começo. A
gente sabe que a trajetória desses caminhos é longa, e que requer as vezes mais
do que esforço, batalhas e dedicação, as vezes requer apenas um bom QI, ou
seja, Quem Indica, e nesse caso nem todos estão inseridos. O ideal, é ir junto
na batalha com o filho (a), ou seja, desde procurar na internet um lugar
específico, depois saber o custo e o caminho a ser percorrido, e juntos correr
atrás do sonho. Se for apenas um desejo do momento, a própria criança ou
jovem vai perceber que não é ali o seu caminho e vai mudar de ideia, não se
preocupe. No esporte, se a criança não tiver talento, se estiver em um local
bom, logo o treinador (a) vai dar a direção e resposta sobre o desempenho. Se
for o meio artístico, tenha paciência, leve a criança ou o jovem para os
testes, procure uma boa agência e vai... Muitos desses testes são cansativos, estressantes,
porque tem que chegar cedo, ficar na fila, depois vai, faz, e no final, muitas
das vezes a criança nem é escolhida... Se esse for o sonho da criança, ela vai
enfrentar esses desafios numa boa, e se não for, no segundo teste a criança já
vai desistir, vai por mim.
Seja lá qual for o caso, invista seu
tempo e deixa a própria criança ver e perceber se é aquilo que realmente ela ou
ele deseja. E se a criança ou o jovem tiver talento mesmo, abençoa e vai acompanhar
tudo de pertinho, porque esse é o nosso papel como pais, cuidar e acompanhar
seus objetivos e caminhos pela frente.
Bom, em todos os casos acima
citados, a gente precisa ter como primordial a
paciência, porque sonhos e desejos são o que nos move, então é
normal qualquer tipo de desejo, e a gente precisa estar disposta para em todos
os casos, ensinar, orientar, conduzir e conversar muito com nossas crianças e
jovens.
Esses dias atrás, foi o dia das crianças, e todas as propagandas de
brinquedos que passava na televisão, o Vitinho virava e me dizia: Mãe, eu quero
esse, TÁ?; Mãe, eu quero aquele; Mãe, eu
quero todos esses, VIU...rs (só rindo
mesmo)
Virei para o meu filho e falei séria e francamente, mas em tom bem sereno:
- Olha filho, sinceramente, eu acho que vou ter que trabalhar assim como
o papai, eu vou matricular você na escola para ficar o dia todo, e ai sim,
terei dinheiro para comprar todos esses brinquedos e muito mais...
Ele não pensou 2 vezes, me abraçou e falou que não precisava eu ir
trabalhar, que ele só queria um brinquedinho, ou seja, meu filho de 4 anos
entende como é bom ter uma mãe dentro de casa, para brincar e cuidar dele, e
que as coisas custam dinheiro... Lógico, que as vezes ele esquece, começa a
pedir as coisas novamente, porque as propagandas são maçantes, aguçantes,
estimulantes, e eu nem culpo meu filho por esse desejo desenfreado que ele tem
por comprar brinquedos, porém não deixo de conversar e dar os exemplos,
explicar a situação real, etc.
Somos os exemplos em todas as circunstancias, e não tenha medo de dizer
Não, mesmo que todos digam Sim. Uma coisa é certa, a autoridade
dentro de casa, deve ser os pais, e na hora os filhos as vezes não entendem os
nossos Nãos, mas no futuro eles entenderam, assim como hoje, eu sendo mãe,
entendo bem os Nãos da minha mãe lá trás.
É melhor o filho chorar um pouquinho, do que a gente chorar depois, o
resto da vida (isso em alguns casos ou situações).
E para terminar, sempre peça a orientação e benção de Deus, porque ele
sabe de tudo, e ele é que nos orienta nesses momentos de aperto, onde os
desejos são frenéticos.
Fiquem em paz e sigam os vossos corações e intuições, porque intuição de
mãe não falha, eles são recados de Deus, enviados a nós, para cuidar e orientar
nossas crianças e jovens.
Os desejos sempre vão existir, mas nós como adultos e responsáveis,
temos o dever de cuidar e orientar os filhos nos caminhos que eles devem
seguir. E muitas vezes as crianças e jovens não tem juízo e maturidade, sendo
necessário um adulto conduzir.
O texto é exclusivo meu, mas tenho esses livros como referências: A
Culpa é da Mãe – Elizabeth Monteiro; Cuidado Afeto e Limites – Ivan Capelatto e
José Martins Filho; A Criança Terceirizada – José Martins Filho.