Mães que não conseguiram amamentar.
Esse texto é em “especial” para aquelas mães, que por algum
motivo, assim como eu, não conseguiu amamentar.
O texto a seguir é meu, é real, é como me sinto e como
“talvez” quem sabe, outras mães.
Desde sempre, vejo propagandas sobre “a amamentação”. Como
sendo riquíssima e fundamental, para crianças, de 0 a 6 meses de idade, e com uma
ênfase de que “deve ser exclusiva” até os 6 meses, agora, legalmente com uma
extensão até 2 anos de idade ou mais.
Bom, como de costume e intrínseco, a maior parte dos
assuntos da vida, só pensamos quando passamos por ele, neste caso específico,
“o aleitamento materno”.
Antes disso, lemos e ouvimos regras, conselhos, leis, mas não
duvidamos ou questionamos nada, do está sendo proposto.
Na verdade, o assunto “amamentação”, não é claro, não é
discutido e orientado, (quanto as possíveis divergências que nós mulheres/mães
podemos encontrar) porque “imagina-se”
que é algo “espontâneo, natural, perfeito e consecutivo após o nascimento do
bebê”.
Sim, realmente é tudo isso dito logo acima, mas nem por isso
deve-se ter um ponto final.
Porque o assunto a ser tratado aqui, não é algo do tipo
“natural e perfeito”, e sim, o imprevisto, o “talvez” fora do comum, que é uma
mãe não conseguir amamentar.
E será que não é tão comum assim, uma mãe não conseguir
amamentar?
É comum sim, mas é difícil coletar dados, pois nem todas as
mães querem falar, seja por não ter amamentado por vontade própria, ou por
culpa de não ter conseguido.
Quero fazer um comentário, um parêntese antes de prosseguir.
Na faculdade eu tive uma matéria que se chamava: Crescimento
e Desenvolvimento.
Eu amava essa aula, pois o assunto começou desde o “feto” em
sua batalha para conseguir seu espaço, crescer e desenvolver, com todo o detalhamento
que não faz parte do contexto agora (vamos pular todo esse processo até)...
Até chegar lá na frente, o dia do nascimento do bebê.
Você sabia que o corpo da mulher, após o nascimento do bebê,
no parto normal, automaticamente sabe que aquele “bebe” saiu, e as
glândulas mamarias recebem informação de produção do leite, pois entende
através de sinapses enviadas pelo SNC, que o processo deve continuar...
Alguns hormônios param de ser produzidos, após o nascimento
do bebê e outros entram em ação, como o de estímulo a produção do leite.
Você está vendo, a natureza é perfeita.
E o que você quer
dizer com isso então, que a culpa agora é dá cesárea?
Não, jamais, pois meu filho nasceu de cesárea e esse assunto
é polêmico e não faz parte dessa pauta agora.
Só quero dizer que a natureza é sim, perfeita.
Eu acredito na medicina, na tecnologia e elas estão ai para
melhorar o crescimento e evolução, mas que a cesárea poderia ser exceção e não
regra, sim poderia ser.
Ou quem sabe poderia ser uma “escolha da mulher” ou em “casos
de exceções”.
Mas vamos deixar esse assunto de lado agora, só precisava
fazer esse comentário que é indispensável, se tratando do assunto “amamentação”
que é a continuação do ciclo após o parto.
Não quero perder o foco.
O objetivo aqui, não é se lamentar ou tirar e acalentar a
minha culpa, ou de outras mães. O que eu quero é poder ajudar outras mães, que
futuramente poderão passar pelo que eu passei, mas terão e saberão onde buscar
ajuda.
É preciso de mais informação das “possíveis dificuldades”
que uma mãe pode passar na hora de amamentar.
Precisamos estar ciente disso e mais, precisamos saber onde
podemos buscar ajuda urgente, pois os recém-nascidos não podem esperar.
O leite é o único alimento necessário e fundamental da
criança, por isso a ajuda deve ser rápida e eficaz, se não o jeito será
recorrer para as latas ou fórmulas, como a grande maioria vem denominando o
leite em pó infantil.
Eu entendo bem você, que é naturalista, que é somente a
favor da amamentação e não aceita nada que interfira a natureza humana.
Talvez, eu Juliana, se tivesse tido um “aleitamento materno
perfeito”, não estaria aqui hoje, falando e levantando uma bandeira, de um
problema que é sério e não é único e isolado, mas sim, um problema real e mais
comum que se imagina.
Quem geralmente “não passa” pelo problema, tem uma tendência
maior para julgar e desconfiar, eu entendo.
O que eu quero?
Mais informações, baseada em uma “possível” realidade, que
são as dificuldades com a amamentação que a mulher poderá passar, após o parto.
Onde buscar ajuda, depois que estamos em casa e não sabemos
a quem recorrer.
Não é assustar a mulher durante o pré-natal, muito menos fazer
um drama com cenas de terror.
Nada disso, é encenar formar corretas de posição da mãe e
bebê, alerta das dores com uma “pega do bebê incorreta”, indicação dos melhores
cuidados com o bico do peito em “casos de fissuras”.
Você sabia que existem “consultoras de lactação”?
Que bom que você sabia, porque eu não sabia e fui descobrir
depois de 40 dias que meu filho estava mamando em mamadeira.
Então, a consultora de lactação existe, você só precisa
descobrir uma mais próxima da sua residência, para auxiliar e ajudar você e o bebê,
pessoalmente.
Não podemos isolar os acontecimentos da contramão, os
imprevistos.
A vida real não é essa novela de TV, que os bebês nascem
lindos, limpinhos, gordinhos, com um laço na cabeça.
A mãe, saindo da maternidade mais magra do que era antes da
gravidez, totalmente esbelta, com aquele sorriso que parece que acabou de sair
do salão de beleza, de cabelo e unhas lindas, pronta para uma festa.
E para finalizar, a mãe com peitos enormes, jorrando leite
que chega a ser lançado a 2
metros de distância de tanto leite, sendo que o primeiro
líquido é transparente, mais conhecido como colostro, que contém anticorpos
fundamentais para o bebê.
Gostaria de uma realidade mais honesta, nos consultórios
médicos, hospitais, maternidades e quem sabe, na televisão.
Sabe, sou muito feliz, porque algumas dificuldades me deixam
menos egoístas aos problemas alheios. Deixam-me menos “ditadura e comunista” e
mais “democrata”.
Faz-me pensar que: sim, nem tudo são flores.
Fico menos radical e mais propicia a receber novas
informações a analisá-las, antes de julgá-las.
Espero que você não passe por essa situação e ainda descubra
que não sabe o que fazer e onde recorrer, assim como aconteceu comigo.
Vamos juntas, criar novas possibilidades, informações,
oportunidades para esse lindo ato de interação e amor, do aleitamento materno.
Abrace essa causa, para que novas mulheres e futuras mães
tenham um resultado mais positivo com a amamentação.
Se fosse preguiça, falta de vontade, ou qualquer outra
desculpa, não estaria aqui, compartilhando com você, uma realidade comum que
vem ocorrendo em diversas famílias, há algum tempo.
E se você ainda tiver alguma dúvida, entre no site http://revistapaisefilhos.uol.com.br/
Em pesquisa personalizada digite o tema: não dou leite comum, dou fórmula.
Lá você encontrará a matéria de Junho do “Culpa, Não” e
diversos depoimentos de mães que por algum motivo, não conseguiram amamentar.
Abaixo são alguns contatos de apoio em São Paulo , que ajudam
com a amamentação.
É isso ai, espero que tenham gostado e o principal, possa
ajudar futuras mamães e quem sabe, estamos engatinhando para maiores e melhores
informações sobre o assunto.
Um abraço enorme.
Mãe Sem Fronteiras.
Sites de ajuda ao
aleitamento materno.
Barriga Boa: também em São Paulo , entre outros trabalhos faz consultoria
em amamentação, coordenado pela doula Priscila Cavalcanti. No site também há
artigos e informações sobre amamentação. http://www.barrigaboa.com.br/
Matrice (Ação de Apoio à Amamentação): grupo formado em São Paulo , são “mães que
ajudam outras mães a amamentar”. Faz reuniões semanais para trocar experiências
e apoio à amamentação. Também organiza uma lista de discussão na Internet, tem
blog e um telefone à disposição das mães.
Contato: www.matrice.wordpress.com, grupomatrice@gmail.com;
materna_matrice-subscribe@yahoo.com.br.
Oi Ju!
ResponderExcluirSim, os problemas nos fazem mais solidários uns com os outros. Pois, tirando o foco de nós mesmos, percebemos que não somos o centro do universo. E que outras as dores são humanas e não exclusividades. Pelo menos é para ser este o aprendizado.
Com admiração e respeito, li o seu post que pode ajudar outras mamães que enfrentaram ou enfrentam a mesma situação.
Beijo!
Renata e Laura
Oi Re e Laura.
ExcluirObrigada pela leitura, esse post fiz bem lá no começo do blog e o assunto e desabafo ficou enorme...rs
Obrigada pela compreensão, porque esse é o espírito do contexto, ou seja, a gente ser mais solidário com aqueles que não conseguiram algo.
Sei exatamente que Deus é perfeito, não falha, mas nem tudo sai perfeito.
Mulheres morrem no parto, seja cesária ou parto normal.
Mulheres tem leite facilmente, tem crianças que mamam tranquilamente sem problemas, como também tem mãe que não consegue, filhos que não sugam, enfim, não sei a resposta de tudo, mas sei que Deus é perfeito em tudo e confesso que não ter conseguido algo tão aparentemente normal, me fez ver e enxergar muitas coisas....
Me fez aprender a buscar mais de Deus, até mesmo para as coisas que devem acontecer naturalmente...
Me fez julgar menos, e estender mais a mão aos que precisam de ajuda, conselho e compreensão....
Re, confesso que aprendi muito...
Obrigada mais uma vez pelas palavras e entendimento de uma fato que sim, acontece com muitas mulheres...
Talvez se isso fosse mais divulgado, as mulheres não perderiam tempo e buscariam ajuda...
Sei-la, temos muito a aprender nessa vida...
Beijos
Ju