Quando eu tinha por volta dos 11 anos de idade, comecei aprender a pegar
ônibus, e assim poder ir e voltar na escola, de ônibus.
E sempre que lembro da minha infância, tenho (tinha) um aperto no peito,
aquela sensação de uma criança inocente, que poderia não estar aqui hoje, escrevendo
para vocês!
Falo isso com propriedade e afirmação, porque toda vez que eu vou viajar
para Olímpia, no interior de São Paulo, eu vejo impresso no comprovante de
pagamento dos pedágios, “crianças e jovens” de todas as idades, “desaparecidas”. Um lembrete que
desperta nossa atenção, sempre!
Olhando e ouvindo tantas malícias existentes no mundo atual, com essa
idade que eu tinha, não consigo incentivar ou permitir meu filho de andar
sozinho, isso é um fato. Devido claro, a região que moro. “Talvez” se eu
morasse no interior, seria diferente, quem
sabe?
Nada aconteceu comigo, isso é fato, porque estou aqui (risos)!
Mas existem casos e casos, situações e situações...
Vejo uma pureza nas
crianças, que as impede de ver maldades, entende?
Você acredita que mesmo na idade que estou hoje, eu ainda caio no conto
do vigário?
Outro dia (2 anos atrás), chegando a pé do mercado perto de casa, um
homem me abordou e pediu dinheiro para comprar “leite e fraldas”! Aquela
falácia perfeita, coisa de profissional, para pegar uma banana, um coração mole
igual ao meu...
Falei que não tinha o dinheiro. E não tinha mesmo!
O mesmo homem sugeriu então, se eu poderia comprar... Disse que sim, e
caminhamos até o mercado! Eu estava quase chegando em casa, com uma sacola
pesada do mercado, mas voltei com toda boa vontade do mundo!
No caminho o homem recomendou que eu comprasse leite e fraldas “de boa
marca”, porque a filha tem alergia, e tal...
Esse cenário já apresenta literalmente a falta de caráter do indivíduo,
porque quem precisa REALMENTE, eu creio que não escolhe.
Mas, a fixa não tinha caído, ainda!
Chegando ao mercado eu entrei e o homem ficou esperando do lado de fora.
O segurança rapidamente me abordou e afirmou que o homem é uma pessoa de má
conduta, que usa drogas e “recomendou-me não comprar nada”!
Fiquei chocada com a minha inocência, inconformada com tamanha
manipulação de um sujeito estranho, e um pouco intimada e receosa em sair sem
nada do mercado (medo).
Fui orientada então, a comprar o leite e a fralda mais em conta do
mercado (sem marca cara), porque fatalmente tudo seria vendido para drogas e
não para uso da família, como o sujeito havia dito.
Ainda inconformada, comprei produtos com preço intermediário, nem o mais
barato e nem o mais caro, aquilo que a minha consciência tranquilamente
recomendou... Porque de fato ali não tinha um homem, mas uma alma perdida, e a
minha intenção apesar de ser alertada, entregou sutilmente a mensagem: você
é mais que isso, você pode sair dessa!
Pois é, se eu velha (40 anos) tenho um coração mole, imagina crianças e
jovens que tem a pureza preservada? E que não imaginam os tipos de maldades
existentes lá fora?!
Não dá para colocar em uma redoma, e nem é a minha intenção!
A
verdadeira herança da família está no relacionamento!
Participar diariamente da vida dos filhos, interessar-se e observar os
gostos e amizades, a fim de orientar segundo as próprias experiências deles, os
exemplos de aprendizagem e crescimento...
Para se ter liberdade é
importante aprender a fazer escolhas, saber que toda escolha gera uma
conseqüência (plantar e colher), e direciona para um caminho!
Nossa missão como pais é “orientar e viver” sempre o caminho da verdade
(alinhada com Deus). Uma vida de honestidade, ética, valores e
responsabilidades, porque os filhos vão sempre observar e aprender com as nossas
atitudes, e não por muito falar.
Quando os filhos são jovens, no dia a dia, podemos dar oportunidades de
experimentar pequenas escolhas e depois juntos, observar e analisar o resultado,
as expectativas alcançadas ou não, enfim, é um caminho interessante para
educar, dosar e “provar a liberdade”, sem grandes arrependimentos e
frustrações...
Autonomia segundo o
dicionário, é a capacidade de governar-se pelos próprios meios.
E para os filhos terem liberdade
e autonomia com responsabilidade, é preciso reforçar as raízes, ter regras
e limites, que servirão para seu próprio sucesso de vida e de futuro.
Com um bebê, por exemplo, não adianta falar para não colocar o dedo na
tomada, o ideal é mudar o foco, bloquear o perigo!
Já
com o adolescente, falar abertamente dos perigos, dos atalhos, das falsas
amizades, como uma conversa tranqüila e franca, sem imputar medo, mas sim o
despertar da consciência, ajuda os filhos a observar de antemão às futuras e
próprias escolhas...
A maturidade é um caminho de
experiências, de batalhas vividas, uma sabedoria que nos faz perceber além dos
olhos, então não depende especificamente de idade, mas de experiências e
aprendizados que fortalecerá os caminhos...
Conversar com os filhos, não é sair falando pelos cotovelos (risos).
Um lar precisa ser referência de amor, de respeito, precisa ter
franqueza, verdade, enfim, sentir o momento de falar e de aconselhar, respeitando
a individualidade de cada filho (a).
Limites forma caráter, prevê de ciladas, ajuda a controlar os impulsos,
reforça o amor, porém, precisa muitas de vezes de
persistência!
O rio
só existe porque tem margem.
A criança só será um adulto completo se tiver
limite. (Doutora Filó)
Se conecte com a sua intuição, com o seu sentir em cada situação que
surgir, para alinhar os caminhos... Estamos em outros tempos, não estou aqui
para ser coitadinha ou colocar medo, mas para ajudar você que me lê a refletir,
alinhar a verdade e a fé, para obter vitórias até em momentos de adversidades.
Que Deus abençoe e ilumine as famílias.
O post de hoje é mais uma blogagem coletiva, do projeto Na Casa da
Vizinha, das amigas Te (Bolhinhas) e Cris (Prosa), na qual você pode participar, enviando o link
para as criadoras.