Ai, ai, hora de levar os filhos para a escola.
Pois é, esse dia sempre chega, mais cedo ou mais tarde, ele sempre
chega.
E ainda bem, porque isso é um sinal que seu filho ou filha, está crescendo,
está bem, com saúde, e ai então, o dia D chega, o dia de levar a escola.
Porque o segundo cordão da vida a ser cortado?
É o segundo (na minha opinião), porque o primeiro é o cordão físico,
aquele que une o bebê a mãe, durante a gestação. Por isso chamei de cordão da
vida, porque é um cordão não físico, mas emocional, um cordão fictício, um
cordão imaginário.
E não deixa de ser um cordão, porque é algo que liga, une, a criança ou
o bebê a mãe, aos cuidados únicos e exclusivos da mãe...
E ir para a escola, não deixa de ser um cordão da vida a ser cortado,
porque a criança começa a passar por outros estágios, fases e etapas da vida, veja:
- Passa a ser cuidada e orientada por outra pessoa, no caso o ou os
professores (fora os Pais e avós do convívio diário);
- A criança começa a entender a real palavra: dividir. Ou seja, dividir
atenção, dividir os brinquedos, os alimentos (se necessário), os amigos que
fizer na escola, dividir a atenção da professora com os demais coleguinhas de
sala;
- A criança sai do estágio de brincar 100%, e passa a introduzir
pequenos momentos de responsabilidade (fora alguns introduzidos moderadamente,
em casa), distribuídos em hora de estudar e ser alfabetizada, hora de lazer,
distribuídos em atividades variadas, dentro e fora da escola.
- A criança vai ter que exercitar
o esperar e a paciência, que são necessárias dentro da escola (e fora
também), para que todos possam executar as atividades, as brincadeiras, o
falar, etc.
A criança vai passar por estágios que pouco poderemos interferir (nós Pais),
como a conquista dos relacionamentos, ou seja, algumas características própria
da criança, relacionadas ao domínio, timidez, introspecção, simpatia, vão
ajudar e determinar como serão estas conquistas futuras. Veja alguns exemplos de situações, que a criança poderá passar:
- O poder da conquista: é quando a criança, através de características
próprias, como a introspecção, consegue fazer e conquistar amigos (as);
- O sofrimento da solidão: será quando seu filho (a) for muito tímido e
não conseguir se enturmar, ou quando for excluído pelo grupo ou pelo amiguinho,
e ter que aguentar a dor da solidão;
- E tem a criança com o espírito de domínio, os mais mandões, que
conseguem impor, determinar e mandar nos grupos, podendo se enturmar facilmente.
Provavelmente seu filho ou filha, terá que lidar com uma dessas
situações, onde pouco poderemos interferir no resultado final. O que podemos
fazer é orientar, buscando sempre o caminho da paz, do conforto, da amizade, da
conquista...
Nós, como Pais (Pai e Mãe), devemos confortar os filhos, de maneira a
buscar respostas para ajudar nessa conquista de relacionamento, com os
coleguinhas de escola. E sempre poderemos orientar, incentivar bons
relacionamentos, mas pouco poderemos interferir ou obrigar uma criança a gostar
de nossos filhos. Essa batalha pode ser orientada pelos Pais, mas somente
poderá ser travada e vencida pelos filhos.
A criança também poderá cair, se machucar eventualmente na escola, e
terá que aprender a ser forte, valente, e suportar a dor emocional, além de
buscar um pouco de conforto com os professores.
E a partir desses momentos citados acima, a criança vai perceber, que os
Pais sempre vão estar ao seu lado para dar força, mas que haverá momentos, em
que ele (ou ela) mesmo (a) vai precisar ser forte, valente e enfrentar suas
dores e desafios...
Tudo isso são etapas de independência, que pouco a pouco, a criança vai
percebendo como lidar com essas situações, que não são separadas e percebidas
dessa forma que eu relatei logo acima, mas que elas vão acontecendo e sendo
superadas e passadas com o apoio, orientação, atenção e carinho dos Pais.
No meu caso, o meu filho Vitor está indo efetivamente para a escola
agora (coloquei ele com 2 anos e 6 meses mais decidi tirar, leia aqui), com 4
anos e meio, e mesmo assim, ele está sofrendo um pouco nessa adaptação, porque
ele sabe que vai precisar alcançar essa independência. E o que mais me conforta
nessa nova etapa da vida dele, nessa fase, é que apesar de chorar um pouquinho
com a nossa separação, ele volta para casa animado, feliz e muito empolgado. E
esse resultado final, que observo no rosto, nos gestos e na fala dele, são o
que mais me conforta, dando a certeza de que ele está em uma escola que posso
confiar e no caminho certo.
Agradeço a Deus e ao meu esposo Daniel, por poder proporcionar esses 4
anos e meio de muita brincadeira, diversão, alegria e companheirismo ao meu
filho. Sei que não são todas as mães que podem e conseguem ficar em casa com os
filhos, aproveitando e curtindo essa fase da infância, privilegiando o brincar
exclusivo deles, por isso sou muito grata por essa oportunidade.
Desejo boa sorte a todas nós mamães, nessa volta as aulas, nesse começo
de ano, de adaptação aos novos alunos, aos que estão começando agora, aos que
vão começar futuramente, enfim, que os anjos de Deus cuidem, abençoe e proteja
nossos filhos e filhas, as escolas e professoras, enquanto estiverem cuidando e
orientado nossos maiores tesouros, que são nossos filhos.
Observação: Esse texto refere-se a crianças que estão iniciando na escola, a partir dos 4 anos de idade, onde iniciam o jardim, e estão próximos a fase da
pré-escola, que antecede a fase do ensino fundamental, que é a partir dos 6
anos de idade.